23 de fevereiro de 2011


Não há o que dizer, nem escrever, apenas lembro...


E...


E pelas linhas escorrem estas palavras que pisam o negrume aveludado da noite, que tocam a face pálida do luar.

E caem faíscas prateadas deste céu sobre meus olhos, não vejo, apenas sinto o toque macio e cálido das chamas.

E valsam os aromas invernais dos mundos além, soprando versos de deuses adormecidos entre as estrelas.

E canta também o silêncio, no uivo distante de um cão vadio, um trovador noturno em passos cegos.

E tramam os destinos em sonhos rarefeitos, coalhados de lágrimas celestiais e murmúrios adocicados cheios de distância...

E quanta formosura plácida transbordando pela chuva que acalanta os pequenos mundos lá fora...

E...E...

E o que há ainda de escrever entre as nuvens rosadas do sereno?

E o que se há de dizer das linhas que brotam em finas sinfonias acompanhando o compasso lento do tempo...

E... Ah... Quanta coisa jorrada nos vales estreitos dos pensamentos abandonados em solos petrificados em puro ouro...

E...E quantos soluços infinitos escorrendo entre meus dedos....

E que do pó se façam estas palavras...

E por lágrima em lágrima, gota por gota...

E...E...

E que um de um sopro reste apenas estes versos ou nada ...

Laísa C.

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