14 de maio de 2011


Espelho


Minha imagem ficou por aí, nas inúmeras vitrines do tempo. Hoje acordei, olhei-me no espelho e não vi nada, só a sombra escondendo as singularidades da minha alma.


Os dedos longos e frios tocaram minha face sem expressão, uma máscara estática, impressa pela tristeza. Lembrei-me dos carnavais e dos seus rostos pintados sem nenhuma cor, sem aroma, sem emoção.


O espelho refletiu o vácuo de minhas lembranças sem sentido, sem dor, sem alegria. Meu semblante passará pelos tempos eternos sem ser notado, despercebido em meio a uma bruma condensada de felicidade não vividas.


Laísa C.

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