25 de janeiro de 2013

Já faz tempo




Já faz tempo que a lua pálida banhou este telhado de lágrimas. Ouço apenas o sussurrar do vento tocando as paredes frias do quarto, não há nada a dizer. E os sonhos aguardam ainda despertos em seu belo altar.

 O mirante fisga a chama no alto da montanha, é hora da chuva arder.

Não sei se posso seguir adiante entre passos vacilantes e caminhos mais que perdidos. Não sei o que espera do depois do agora nesse exato instante inconstante.

Chego sufocar entre as linhas rubras desse papel.

Já faz tempo que fui o que sou.

Já faz tempo do distante agora.

Já faz tempo que quero ir embora.


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