7 de março de 2014

Entre reis e donzelas.



A primeira vez que ouvi o nome de Marina Colasanti foi em uma oficina para contadores de histórias que fiz no final do ano passado. Já havia algum tempo que gostaria de ter essa experiência, de conhecer quais recursos que um contador utilizava e encontrei ali as mesmas formas da narrativa escrita. E aprendi como é importante compartilhar histórias, sejam elas escritas faladas. Ao revisar pela última vez o primeiro livro de Lagoena, o fiz lendo em voz alta. Escutei cada palavra, mesmo não sendo exímia contadora, gostei do que ouvi, dá música. E música é bom!

Voltando a falar de Marina Colasanti, foi uma autora indicada pela professora da oficina, que ao me ouvir contar rapidamente sobre um conto meu O choro da donzela, perguntou se eu conhecia Marina, pois a proposta era parecida.  Minha surpresa foi eu nunca ter lido nada dela. Então, logo veio parar em minhas mãos um livrinho de contos da Colasanti, Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento.

Marina Colasanti  é natural de uma colônia italiana da Etiópia. Passou a infância  na Líbia e chegou a morar na Itália. Sua família emigrou para o Brasil  durante a Segunda Guerra Mundial. Estou Artes, mas acabou se dedicando ao jornalismo, antes de virar escritora de contos, poesias, literatura infantil e infanto juvenil. É casada com o escritor Affonso Romano de Sant' Anna. Seu primeiro livro lançado é Eu sozinha, em 1.968.

Na literatura infantil de Colasanti, nos deparamos com as releituras dos contos de fadas, com cavaleiros e donzelas, reis e princesas. O texto se equilibra entre o lírico e o narrativo, logo somos arrebatados por uma densidade poética como um encantamento, um sino que toca ao longe e nos enfeitiça. Nas sombras de suas palavras são discutidos temas sérios como a condição feminina, o consumismo, vícios do ego, divagações sobre a família e o amor. Então, crianças e adultos podem ler e se encantar com as histórias de Marina Colasanti.

Em 2010, a autora ganhou o prêmio Jabuti pelo livro de poesia Passageira em Trânsito.

Vou deixar alguns livros da autora com link para o Skoob se alguém quiser marcar para a leitura.


"Marina Colasanti escreve sobre fadas, reis, unicórnios, cisnes e princesas, pois, para a autora, é importante resgatar os contos de fadas nesse mundo de tecnologia avançada. São dez contos que nos falam do vento que traz notícias do mundo para o rei; da donzela que borda seu mundo particular; da princesa que desconhece que toda beleza precisa ser livre; de um unicórnio e sua paixão; da primeira e única idéia de um rei; da corça aprisionada; do eterno fiar de duas irmãs; da princesa e seu único amigo, seu próprio reflexo; de amores impossíveis e do rei que só queria ouvir boas notícias. Não são histórias para rir, apenas tocam os pontos mais sensíveis, às vezes até provocando algumas lágrimas - de compreensão, de solidariedade, de prazer em ler."


"Entre a espada e a rosa traz todos os elementos dos contos de fadas: reis, rainhas e princesas. Tomando por base este tema clássico, a autora conta várias histórias de surpreendente beleza e sensibilidade."


"Treze contos de fadas, que criam um universo mágico e intemporal que interage simbolicamente com nosso inconsciente. Tecer uma nova vida com um pedaço de linha; conviver com os sonhos; dar vida ao ser amado, podando uma roseira; saber que o próprio tempo cansa-se das coisas do mundo; conhecer reinos fantásticos e seus labirintos; comover-nos com o desespero da princesa que perdeu seu próprio reflexo; desvendar o mistério das garças encantadas que atraem homens para fora de suas aldeias; descobrir o que há por trás do rosto do Guerreiro; acompanhar um príncipe em sua longa viagem pelos mistérios do mundo; conhecer a bela moça que, com seus cabelos, uniu dois reinos distantes e saber do valor das palavras e do silêncio para o rei. Tudo isso ilustrado com o traço firme da autora."



"Uma história de amor, entrega e desencanto. E a possibilidade de tecer um recomeço com a luz da manhã. Na urdidura perfeita do texto de Marina Colasanti, as Dumont bordam, guiadas pela luz."


"Os leitores acostumados, desde a infância, ao convívio com lendas e histórias fantásticas, situadas em castelos e mundos habitados por reis e princesas, leões e pombos, serpentes, príncipes e unicórnios irão rever, nos textos de Marina Colasanti, o mágico faz-de-conta dessas lembranças. E como o gostar, quase sempre, deriva do conhecimento, irão percorrer o velho e o novo guiados por um olhar que incide, epifanicamente, no feminino. Princesa, rosa, sereia; tecelã, rainha, prostituta; aldeã, esposa, mãe ou amante, a mulher é o centro de uma cosmogonia. Os papéis que desempenha e os espaços sociais que ocupa, revelam uma visão quase essencialista do gênero.
Retratando "cenas da vida privada, a autora trata questões substantivas, como o amor e a morte, o preconceito, o desafio, a competência, a maternidade. Disso resulta um nível ótimo de generalização que transforma esta história na História Geral de todas as mulheres."


Entrevista da autora para o site Saraiva Conteúdo aqui.

O Choro da Donzela: Parte I/ Parte II

Referências: Wikipédia/Marina Colasanti 

Não deixem de conhecer o trabalho da autora!

Até a próxima!



5 Outras confissões...:

Luci Sanfer disse...

Olá.
Não conheço muito o trabalho desta autora, mas seu post me deixou interessada e vou buscar os livros.
Até a próxima.

Laísa Couto disse...

Oi, Luciana,
Recomendo a leituras e os livros não são caros.
Espero que goste!
Obrigada pela visita e comentário!

a fantasista disse...

O espinho de marfim é o meu conto favorito e Uma ideia toda azul acho que é um dos mais estranhos. ^^ Tive a sorte de conhecer a Marina bem cedo, é uma autora que marca pela delicadeza. Ótimo post, querida, :)

Anônimo disse...

Até hoje só li um conto de Marina, mas fiquei apaixonada por ele e sempre tenho vontade de ler mais coisas dela, sua postagem avivou essa vontade em mim. Abçs.

Laísa Couto disse...

Oi, D.,

Não deixe de ler a Marina, os livros são de fácil acesso.

Obrigada pela visita.

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